Whisky, bourbon ou scotch: você realmente conhece a diferença?

Muitas pessoas dizem que gostam de whisky, mas poucas sabem exatamente o que estão bebendo. Algumas preferem bourbon, outras só tomam scotch, sem perceber que ambos são tipos distintos de whisky. Embora pertençam à mesma categoria, suas diferenças vão muito além do nome: variam no país de origem, ingredientes, métodos de produção e perfil de sabor.

No Brasil, o consumo de whisky cresceu significativamente nos últimos anos, especialmente entre adultos jovens de classe média e alta. Segundo a Euromonitor, o Brasil é o quinto maior mercado consumidor de whisky do mundo, com destaque para marcas escocesas como Johnnie Walker e bourbons norte-americanos como Jack Daniel’s.

O que é whisky? Entendendo a categoria principal

Whisky é uma bebida alcoólica destilada feita a partir da fermentação de grãos como milho, cevada, centeio ou trigo, e envelhecida em barris de carvalho. O que diferencia os tipos de whisky é o local de produção, o tipo de grão utilizado, o processo de envelhecimento e o tipo de barril usado. Assim, bourbon e scotch são variações específicas de whisky, cada uma com características únicas.

No Brasil, é comum encontrar whiskies em supermercados, lojas especializadas e e-commerces. As opções variam desde rótulos acessíveis a partir de R$ 80 até garrafas premium que ultrapassam os R$ 1.000.

Bourbon: o clássico doce e encorpado dos EUA

Bourbon é um tipo de whisky originário dos Estados Unidos, especialmente do estado de Kentucky. Pela legislação norte-americana, ele deve conter no mínimo 51% de milho, ser destilado a até 80% de álcool, envelhecido em barris novos de carvalho americano carbonizados e entrar no barril com no máximo 62,5% de álcool.

Essas regras conferem ao bourbon um sabor marcante de baunilha, caramelo e especiarias doces. É ideal para quem prefere bebidas mais suaves, com notas adocicadas. No Brasil, bourbons como Maker’s Mark, Bulleit e Jim Beam podem ser encontrados em lojas especializadas por valores entre R$ 120 e R$ 250, dependendo do rótulo.

Scotch: o símbolo robusto e defumado da Escócia

Scotch é o whisky produzido exclusivamente na Escócia, feito principalmente com cevada maltada e envelhecido por no mínimo três anos. Existem diversos estilos de scotch: single malt, blended, single grain, entre outros. O single malt é considerado o mais sofisticado e valorizado entre os apreciadores.

Uma característica marcante do scotch é o uso da turfa (peat) durante o processo de secagem da cevada, o que resulta em sabores defumados e terrosos. Regiões como Islay produzem rótulos intensos e complexos, como Laphroaig e Ardbeg. No Brasil, scotches de entrada como Ballantine’s e Chivas Regal custam a partir de R$ 100, enquanto single malts como Glenfiddich ou Macallan variam entre R$ 250 e R$ 900.

Outros tipos: whiskey irlandês e do Tennessee

Além do bourbon e scotch, outros tipos merecem atenção. O whiskey irlandês é geralmente destilado três vezes, o que o torna suave, floral e fácil de beber. Jameson e Bushmills são os mais populares e podem ser encontrados no Brasil por cerca de R$ 120 a R$ 180.

O whiskey do Tennessee, como Jack Daniel’s, é tecnicamente um bourbon, mas passa por uma etapa extra: filtragem por carvão de bordo (Lincoln County Process), o que suaviza ainda mais seu sabor. No mercado brasileiro, Jack Daniel’s custa, em média, R$ 130.

Comparativo de sabores e características

TipoGrão principalPerfil de saborEnvelhecimento
BourbonMilho (mínimo 51%)Doce, baunilha, carameloBarris novos e carbonizados
ScotchCevada maltadaDefumado, complexo, secoBarris reutilizados
IrlandêsGrãos mistosLeve, floral, macioBarris variados (xerez, bourbon, vinho)
TennesseeMilhoSuave, redondo, levemente doceCom filtragem por carvão

Por que o scotch costuma ser mais caro?

O scotch geralmente possui tempo de envelhecimento maior — muitos são maturados por 10 a 18 anos — devido ao clima frio da Escócia, que retarda o processo. Além disso, utiliza barris reutilizados (que antes armazenaram vinho, xerez ou bourbon), o que agrega complexidade, mas também eleva os custos logísticos.

No Brasil, os impostos de importação, transporte e a reputação premium dos scotches influenciam no preço. Um Macallan 12 anos, por exemplo, pode custar entre R$ 600 e R$ 900, enquanto um Woodford Reserve (bourbon premium) fica na faixa de R$ 350 a R$ 450.

Qual whisky combina mais com você?

  • Para quem prefere sabores doces e suaves: experimente bourbons como Bulleit ou Maker’s Mark
  • Se gosta de sabores intensos e defumados: aposte em scotch de Islay, como Laphroaig
  • Se busca equilíbrio: um Highland scotch como Glenmorangie é ideal
  • Para paladares leves e delicados: whiskeys irlandeses como Jameson são perfeitos
  • Para iniciantes: blended scotches como Johnnie Walker Black são ótimos pontos de partida

Whisky: mais que bebida, uma identidade cultural

Na Escócia, o whisky é um símbolo nacional e motor econômico: de acordo com a Scotch Whisky Association, as exportações superaram £6 bilhões em 2023. Nos EUA, o “Kentucky Bourbon Trail” atrai turistas do mundo todo. E no Brasil, o consumo cresce com a chegada de eventos como o Whisky Experience e a popularização da cultura de degustação.

Mais do que um destilado, o whisky é uma viagem sensorial por culturas e histórias. Conhecer suas variedades é descobrir novos sabores e entender melhor as tradições por trás de cada garrafa.

Resumo: diferenças essenciais entre bourbon e scotch

  • Origem: bourbon (EUA), scotch (Escócia)
  • Grão principal: bourbon (milho), scotch (cevada)
  • Barril: bourbon (novo), scotch (reutilizado)
  • Sabor: bourbon (doce), scotch (defumado)
  • Preço: scotch tende a ser mais caro

Conclusão: escolher seu whisky é descobrir seu paladar

O universo do whisky é complexo, fascinante e altamente pessoal. Ao entender as diferenças entre bourbon, scotch e outros estilos, você não só aprimora sua experiência como também fortalece sua identidade como apreciador. Da próxima vez que estiver em um bar ou loja de bebidas, sinta-se seguro para explorar e experimentar. Afinal, beber whisky é também um ato de descoberta cultural.