Minimalismo é só jogar coisas fora? 9 passos práticos para começar a viver com menos

Antes de eliminar, defina seu “por quê”

Muita gente associa o minimalismo à ideia de se desfazer de tudo ou viver em uma casa vazia. Mas, na verdade, trata-se de uma escolha consciente: viver com o essencial e priorizar aquilo que realmente tem valor. Não é ausência de coisas, e sim presença de significado.

Segundo dados do IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, 2023), cerca de 63% dos brasileiros relatam sentir-se sobrecarregados com o ritmo acelerado da vida moderna. O minimalismo surge como uma estratégia eficaz para aliviar essa pressão. Antes de começar, pergunte-se: “Que tipo de vida eu quero levar?” e “Este objeto contribui para esse estilo de vida?”.

Comece com 5 minutos por dia nos espaços visíveis

Ambientes desorganizados aumentam o estresse e reduzem o foco. Um estudo da Universidade de Princeton mostra que o excesso de estímulos visuais compromete a capacidade de concentração. Por isso, uma boa forma de começar é dedicar 5 minutos diários para organizar locais visíveis como o balcão da cozinha, a mesa do computador ou o criado-mudo.

  • Escolha apenas um espaço por dia
  • Itens não utilizados vão para uma “caixa de avaliação”
  • Pergunte-se: “Uso com frequência?” em vez de “E se eu precisar um dia?”

Essa pequena prática pode transformar gradualmente sua casa em um ambiente mais calmo e funcional.

Reduza o ruído mental: notificações, compromissos e redes sociais

Minimalismo também significa eliminar o excesso invisível: notificações constantes, obrigações sociais desnecessárias e o consumo excessivo de conteúdo. Uma pesquisa da TIC Domicílios (Cetic.br, 2023) revela que 59% dos brasileiros se sentem exaustos com a quantidade de informações digitais que recebem diariamente.

Silencie grupos de WhatsApp, desative alertas de aplicativos e limite seu tempo nas redes sociais. O silêncio digital é uma forma poderosa de recuperar clareza mental.

“Talvez eu precise depois” é uma armadilha comum

Manter objetos “por precaução” é um comportamento guiado pelo viés da aversão à perda. É o medo de precisar daquilo que quase nunca usamos. Mas na prática, esse pensamento leva ao acúmulo desnecessário.

Experimente listar a última vez que utilizou determinado item. Se faz mais de um ano, ele provavelmente não tem mais utilidade. Doe a instituições como Exército da Salvação ou venda em plataformas como OLX e Enjoei.

Organize por categoria, não por cômodo

Um erro comum é tentar organizar cômodos inteiros de uma só vez. É mais eficaz ordenar por categorias — como roupas, livros ou eletrônicos. Assim, a tomada de decisões se torna mais fácil.

  • Ordem recomendada: roupas → livros → utensílios → eletrônicos → documentos
  • Etapa 1: manter / eliminar
  • Etapa 2: doar / vender / reciclar

Essa abordagem evita a sobrecarga e traz mais clareza durante o processo de desapego.

Mais do que resultado rápido: crie uma rotina semanal

Minimalismo não é um evento único, é um hábito contínuo. Reserve um horário semanal — por exemplo, domingo à noite — para revisar os objetos que entraram na sua casa naquela semana.

Use ferramentas como o Google Agenda ou aplicativos nacionais como o Organizze para definir lembretes. Com consistência, essa prática evita o retorno do acúmulo.

Pratique o minimalismo digital e recupere seu tempo

Tempo é um dos recursos mais escassos atualmente. O minimalismo digital propõe reduzir o uso de tecnologia de forma intencional. Estabeleça limites para o uso de redes sociais, exclua apps desnecessários e tenha dias sem tela.

Uma dica prática: declare o domingo como “dia offline”. Use esse tempo para caminhar, ler ou apenas descansar. Pequenas mudanças como essa podem melhorar seu sono, foco e bem-estar.

Invista em experiências, não em objetos

Minimalistas priorizam vivências em vez de bens materiais. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE, 2023) indicam um aumento no gasto das famílias brasileiras com lazer, cultura e educação, enquanto os gastos com eletrodomésticos e decoração vêm caindo.

Em vez de comprar uma cafeteira de R$ 800, você pode aproveitar cafés de bairro e momentos de pausa fora de casa. Outra alternativa é trocar enfeites sazonais com amigos, ao invés de comprar novos a cada feriado.

Menos coisas, mais sentido

O propósito do minimalismo não é viver em espaços vazios, mas sim criar espaço para o que importa. Quando há menos distrações, as decisões se tornam mais conscientes e a vida mais leve.

Se você se sente sobrecarregado, comece com apenas um objeto ou compromisso que possa deixar para trás. Pequenas ações podem gerar transformações significativas.

Ferramentas e serviços úteis no Brasil

Confira alguns recursos nacionais para iniciar sua jornada minimalista:

  • Venda de usados: OLX, Enjoei, Facebook Marketplace
  • Doações: Exército da Salvação, Cruz Vermelha Brasileira, Instituto G10 Favelas
  • Organização: Organizze, Trello, MinimalList

Utilizar essas plataformas facilita o desapego e contribui para um consumo mais consciente e sustentável.

Conclusão: desapegar não é perder, é ganhar clareza

O minimalismo não é uma tendência passageira, mas uma resposta ao excesso dos tempos modernos. Escolher ter menos é uma forma de viver melhor, com mais foco, autonomia e propósito.

Tudo começa com uma decisão simples: abrir mão do excesso para viver com intenção.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui orientações médicas ou psicológicas profissionais.