No Brasil, é comum ver varandas de concreto expostas a chuvas intensas, umidade constante e variações térmicas ao longo do ano. Isso pode causar infiltrações, mofo, perda de conforto térmico e até danos estruturais. Muitos moradores, especialmente de apartamentos antigos, enfrentam esses problemas sem saber que a solução pode ser feita com baixo custo e sem contratar mão de obra especializada.
Enquanto um serviço profissional pode custar de R$ 1.500 a R$ 3.000 dependendo da metragem e complexidade, um projeto bem executado por conta própria pode sair por menos de R$ 600. Neste guia, reunimos os 9 passos mais eficientes e adaptados à realidade brasileira para impermeabilizar e isolar sua varanda de forma segura e durável.
1. Avaliação inicial: identifique fissuras, umidade e bolor
Antes de iniciar qualquer intervenção, faça uma análise visual minuciosa:
- Fissuras finas no piso ou nas paredes
- Descolamento de rejuntes ou vedação em cantos e rodapés
- Manchas escuras, cheiro de mofo ou pontos de infiltração
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Impermeabilização (ABRIMP), cerca de 70% das patologias em construções estão ligadas à falha de impermeabilização, principalmente em áreas como varandas, sacadas e coberturas expostas.
2. Limpeza e secagem: a base para uma aplicação duradoura
Superfícies limpas e secas garantem maior aderência de selantes, primers e isolantes. Execute os seguintes passos:
- Varra toda a área com vassoura de cerdas duras
- Remova sujeiras, graxa e gordura com álcool isopropílico ou solvente
- Raspe e remova qualquer selante antigo com estilete ou espátula
- Deixe secar por pelo menos 24 horas (uso de ventilador ou desumidificador pode ajudar)
Em locais com clima úmido, como regiões litorâneas, o uso de desumidificadores como o da Mondial (R$ 350 em média) pode ser decisivo na preparação.
3. Reparos de fissuras: prevenir é mais barato que remediar
Fissuras não tratadas permitem que a umidade penetre por dentro da estrutura. Para tratá-las:
- Fissuras < 1 mm: utilize selante de poliuretano (como SikaFlex ou Vedacit PU)
- Fissuras > 1 mm: aplique massa epóxi ou argamassa polimérica, depois selante
Respeite o tempo de cura indicado pelo fabricante, geralmente 24 horas, antes de seguir para a próxima etapa.
4. Aplicação do primer: o segredo da fixação
O primer age como ponte de aderência entre o concreto e a impermeabilização. Ignorar essa etapa compromete todo o projeto.
- Use rolo ou trincha para aplicar o primer uniformemente
- Tempo de secagem: de 4 a 6 horas, dependendo da marca
Entre os produtos mais utilizados estão o Primer Quartzolit e o Primer Sika, ambos com preços a partir de R$ 80 por galão, vendidos em redes como Leroy Merlin e Telhanorte.
5. Primeira camada de impermeabilização
Essa camada protege a estrutura da penetração de água e deve ser aplicada logo após o primer. Existem dois tipos principais:
Produto | Vantagens | Aplicação ideal |
---|---|---|
Membrana de poliuretano | Alta elasticidade, resistente a UV e fissuras | Pisos e paredes expostas ao tempo |
Manta líquida acrílica | Fácil de aplicar, baixo odor | Áreas com menor exposição solar |
Recomenda-se 2 demãos cruzadas, respeitando o intervalo mínimo de 12 horas entre elas. A secagem completa pode levar até 48 horas.
6. Instalação do isolante térmico
Após impermeabilizar, é hora de aplicar a camada de isolamento térmico, essencial para evitar condensações e melhorar o conforto:
- Placas de XPS (poliestireno extrudado): custo acessível e alta durabilidade
- Espuma fenólica: isolante mais eficiente, porém com preço mais elevado
Fixe as placas com adesivo para substratos úmidos (como PVA extra ou cola PU). Pressione bem para evitar bolhas de ar.
7. Segunda impermeabilização: proteção adicional
Essa nova camada irá selar todo o sistema, evitando entrada de vapor interno ou umidade entre as camadas.
- Poliureia bicomponente: indicado para uso profissional
- Impermeabilizantes acrílicos: ideais para aplicação doméstica
Use fita de reforço nas juntas entre placas e aplique 2 demãos do produto escolhido com intervalo de 6 a 12 horas.
8. Acabamento final: segurança e estética
Agora é hora de pensar no visual e na funcionalidade da varanda:
- Pisos vinílicos ou de madeira ecológica (a partir de R$ 60/m²)
- Deck modular tipo “clique” (ótimo para locações temporárias)
Evite revestimentos que absorvem água. Para melhor aderência, use selador acrílico ou base niveladora antes da instalação final.
9. Manutenção periódica: verifique a cada 6 meses
Mesmo uma aplicação bem feita precisa de manutenção. Crie um plano de inspeção com base nestes pontos:
- Juntas ou fissuras novas nos cantos
- Sinais de umidade ou bolhas sob o piso
- Desbotamento ou descolamento do revestimento
Faça vistorias no fim do verão e no início da estação chuvosa, reforçando onde necessário para prolongar a vida útil da impermeabilização.
Exemplo real: varanda reformada em Belo Horizonte por R$ 520
Marcos, morador do bairro Santa Efigênia, decidiu renovar a varanda de seu apartamento de 5 m² após anos de goteiras e mofo. Usando produtos adquiridos em lojas como Leroy Merlin e Amazon Brasil, gastou R$ 520 em todo o processo e concluiu o serviço em dois fins de semana. Desde então, a temperatura interna do ambiente melhorou e os problemas de infiltração desapareceram.
Resumo final: os 5 pilares para um projeto DIY bem-sucedido
- Sequência correta: impermeabilizar → isolar → selar
- Respeitar os tempos de cura entre as etapas
- Escolher produtos compatíveis entre si
- Refinar acabamentos nos cantos e juntas
- Consultar um técnico, se houver dúvida estrutural
Uma varanda bem tratada é mais que um espaço externo bonito — é uma barreira de proteção contra umidade e calor. Com técnica e atenção, qualquer pessoa pode realizar essa melhoria com excelente custo-benefício.
Este conteúdo é de caráter informativo e não substitui orientação técnica especializada. Em casos de danos estruturais ou infiltrações graves, recomenda-se a contratação de engenheiro ou arquiteto habilitado.