Viajar para o exterior é uma experiência transformadora, mas também pode envolver imprevistos sérios. Perda de passaporte, problemas de saúde, furtos, desastres naturais — tudo isso pode acontecer de forma inesperada. Este guia oferece orientações práticas e realistas para lidar com emergências no exterior, com base em exemplos reais e adaptado à realidade dos brasileiros.
Perdeu o passaporte? Saiba como agir
Perder o passaporte é um dos incidentes mais comuns entre brasileiros viajando para o exterior. Sem ele, você não consegue embarcar de volta ao Brasil ou se hospedar legalmente em muitos países.
- O primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência na delegacia local mais próxima.
- Depois, dirija-se ao consulado ou embaixada do Brasil com o B.O., cópia de outro documento de identidade, duas fotos 3×4 e passagem aérea.
- Você poderá solicitar um ARV (Autorização de Retorno ao Brasil) ou, em alguns casos, um passaporte de emergência.
Exemplo real: uma brasileira em Lisboa teve a bolsa furtada. Com o boletim da polícia e documentos digitalizados no e-mail, ela conseguiu o ARV no mesmo dia. Dica essencial: mantenha cópias digitais do passaporte e documentos no Google Drive ou e-mail.
Ficou doente ou sofreu um acidente? Veja como buscar atendimento
Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), brasileiros enfrentam com frequência quadros como intoxicação alimentar, febre, gripes, lesões e infecções durante viagens. Saber o que fazer é fundamental.
- Para sintomas leves, como dores ou febre, vá a uma farmácia local — na Europa, Ásia e América Latina, muitos medicamentos são vendidos sem receita.
- Em casos graves, acione o número local de emergência (112 na Europa, 911 nos EUA, 190 na Argentina).
- Se tiver seguro de viagem, entre em contato imediatamente com a central da seguradora. Muitas têm atendimento 24h em português.
Em países como os EUA, uma consulta pode custar de US$ 150 a US$ 400. Com seguro, você evita desembolsar esse valor — ou garante reembolso depois. Verifique sempre se o seguro cobre atendimento hospitalar e repatriação.
Foi furtado? Saiba como reagir e se proteger
Furtos e batedores de carteira são comuns em destinos turísticos como Barcelona, Roma, Paris ou Buenos Aires. Brasileiros muitas vezes são alvos por estarem distraídos.
- Use bolsas antifurto, mantenha documentos no corpo e divida o dinheiro entre vários locais.
- Em caso de furto, vá imediatamente à delegacia local para registrar ocorrência. Leve uma cópia digital dos documentos se possível.
- Cancele cartões de crédito e débito usando o telefone de emergência do banco ou aplicativo.
Um caso comum: um casal brasileiro em Santiago do Chile teve a mochila furtada no metrô. Eles conseguiram acionar o seguro graças ao boletim de ocorrência. Documentar tudo é essencial para acionar reembolsos.
Desastre natural ou atentado: como reagir com segurança
Desastres naturais, como terremotos e furacões, ou até incidentes como atentados, exigem calma e preparação.
- Cadastre-se no sistema Cadastro de Brasileiros no Exterior do Ministério das Relações Exteriores para receber alertas da embaixada.
- Verifique saídas de emergência no hotel, saiba onde fica o consulado mais próximo e tenha os contatos de emergência anotados.
- Mantenha uma mochila com água, remédios, passaporte, lanterna e carregador portátil sempre à mão.
No terremoto do México em 2017, muitos brasileiros conseguiram apoio da embaixada porque estavam registrados no sistema oficial. Informação e calma fazem toda a diferença.
Não fala o idioma local? Ferramentas que ajudam na comunicação
Barreiras linguísticas podem complicar emergências médicas, policiais ou legais. Mas há formas eficazes de contornar isso:
- Use aplicativos como Google Tradutor, SayHi ou iTranslate, que funcionam mesmo offline.
- Muitos seguros oferecem serviços de tradução por telefone ou chat em tempo real.
- Peça ajuda a funcionários de hotel, brasileiros residentes no país ou voluntários locais.
Uma estudante brasileira no Japão conseguiu se comunicar com um médico usando frases pré-traduzidas no celular. Preparar algumas frases básicas antes da viagem pode salvar situações delicadas.
Tem seguro viagem? Veja como pedir reembolso
- Guarde todos os recibos, atestados, relatórios policiais e comprovantes de passagem.
- Solicite o reembolso no site ou app da seguradora em até 30 dias após o ocorrido.
- Se tiver dúvidas, entre em contato com a central 24h da empresa — muitas operam em português.
Um bom seguro no Brasil pode cobrir até R$ 500.000 em despesas médicas, além de extravio de bagagem, cancelamento de voo e repatriação. Leia as condições com atenção antes da viagem.
Foi detido ou enfrentou problemas legais? O que fazer
Costumes considerados normais no Brasil, como fumar em áreas públicas, portar medicamentos sem receita ou filmar locais públicos, podem ser proibidos em outros países.
- Procure imediatamente a embaixada ou consulado do Brasil.
- Jamais assine documentos sem entender o conteúdo — exija tradutor ou assistência jurídica.
- Mantenha postura calma e cooperativa com as autoridades.
Em Dubai, por exemplo, há casos de brasileiros multados por demonstrações públicas de afeto. Pesquisar as leis locais antes de viajar evita dores de cabeça.
Organizando contatos e documentos de emergência
- Compartilhe o roteiro da viagem com um familiar e deixe uma cópia dos documentos principais.
- Salve os contatos do consulado, seguradora, banco e companhia aérea no celular e em papel.
- Use apps como Google Keep ou Evernote para manter tudo acessível mesmo sem internet.
Prepare-se também com uma lista dos números de emergência locais do país de destino (como 112, 911, etc.). Em muitos lugares, o atendimento pode ser feito em inglês.
Checklist essencial antes de embarcar
- Passaporte válido (com pelo menos 6 meses de validade)
- Seguro viagem com cobertura ampla
- Medicamentos essenciais e receitas médicas
- Cadastro no site do Itamaraty para brasileiros no exterior
Antecipar riscos é a melhor forma de evitá-los. Viajar preparado é garantir segurança e tranquilidade mesmo em situações adversas.
Este conteúdo é informativo e não substitui a orientação médica, jurídica ou especializada. Em caso de emergência, procure autoridades ou profissionais capacitados.