Quanto custa realmente viver um mês no Sudeste Asiático?
O Sudeste Asiático é amplamente conhecido por seu baixo custo de vida, mas a realidade varia bastante entre cidades. Por exemplo, Bangkok (Tailândia) é mais cara, enquanto Da Nang (Vietnã) ou Ubud (Indonésia) oferecem uma vida mais acessível.
A seguir, um orçamento realista para viver com conforto e economia por um mês:
- Hospedagem: quarto em pousada ou estúdio com aluguel mensal – cerca de R$1.000
- Alimentação: comida de rua e refeições caseiras – R$500
- Transporte: ônibus ou aluguel de scooter – R$200
- Outros custos: chip de celular, lavanderia, itens de higiene – entre R$150 e R$300
Total aproximado: R$1.850 a R$2.000, considerando uma rotina econômica e bem planejada.
5 cidades ideais para viver bem e barato
Escolher a cidade certa é essencial para aproveitar o melhor custo-benefício. Veja cinco destinos recomendados para brasileiros:
- Da Nang (Vietnã): cidade litorânea, aluguel acessível e boa oferta de comida internacional
- Chiang Mai (Tailândia): clima ameno, comunidade nômade e ambiente tranquilo
- Ubud ou Canggu (Indonésia): natureza abundante, cultura local rica e vida alternativa
- Penang (Malásia): sistema de saúde eficiente e uso comum do inglês
- Siem Reap (Camboja): custo de vida muito baixo e ritmo de vida desacelerado
Dicas para economizar com hospedagem sem abrir mão do conforto
Negociar a estadia pessoalmente pode gerar descontos maiores do que reservar por plataformas. Algumas estratégias úteis:
- Buscar no local: visite pousadas e apartamentos e negocie direto com o proprietário
- Grupos de Facebook: “Apartamentos em Da Nang” ou “Aluguéis em Chiang Mai”
- Descontos em Airbnb: para estadias acima de 28 dias, muitos anfitriões oferecem até 50% de desconto
Em alguns casos, é possível fazer trabalho voluntário em hostels para ter hospedagem gratuita, em troca de poucas horas de serviço por semana.
Como reduzir o custo da alimentação comendo como os locais
A culinária local é barata e nutritiva. Com um pouco de adaptação, dá para comer bem e gastar pouco:
- Comida de rua: um prato de pho (Vietnã) por R$8, pad thai (Tailândia) por menos de R$10
- Feiras e mercados: legumes, arroz e ovos a preços baixos para cozinhar em casa
- Dois pratos por dia: com o calor tropical, muitos reduzem naturalmente a duas refeições diárias
Hospedagens com cozinha são ideais para economizar ainda mais – é possível poupar até R$150 por mês cozinhando parte das refeições.
Como se locomover quase de graça
Com planejamento, o transporte pode representar um custo quase nulo:
- Ficar perto de tudo: escolha uma acomodação próxima a mercados, cafés e pontos de ônibus
- Ônibus gratuitos: cidades como Johor Bahru (Malásia) oferecem linhas sem custo
- Aplicativos de mobilidade: Grab e Gojek custam, em média, menos de R$5 por trajeto
Para quem vai passar mais de um mês, vale considerar a compra de uma scooter usada, que pode ser revendida ao final. Fique atento às regras de trânsito locais.
Regras de visto: o que você precisa saber
Brasileiros têm diferentes permissões de entrada nos países do Sudeste Asiático:
- Tailandia: 30 dias sem visto, prorrogáveis por mais 30
- Vietnã: 45 dias sem visto ou e-visa de 30 dias
- Indonésia: visto na chegada de 30 dias, com possibilidade de prorrogação
- Malásia: até 90 dias sem necessidade de visto
O chamado “visa run”, ou saída para um país vizinho e retorno, é comum, mas deve ser feito com cautela para evitar problemas migratórios.
Aplicativos essenciais para economizar e organizar sua viagem
Ferramentas digitais são grandes aliadas para facilitar o dia a dia e controlar o orçamento:
- Transporte: Grab e Gojek (corridas, entregas e delivery)
- Internet móvel: chips vendidos em lojas locais por cerca de R$20 com 7GB de dados
- Supermercados: BigC (Tailândia), VinMart (Vietnã), Alfamart (Indonésia)
- Compra e venda: Facebook Marketplace e Carousell
Esses apps geralmente têm interface em inglês e funcionam bem com tradutores automáticos.
Custos ocultos que podem impactar seu orçamento
Algumas despesas costumam ser negligenciadas, mas fazem diferença no final do mês:
- Seguro viagem: entre R$80 e R$200 por mês, cobre saúde e imprevistos
- Transferências internacionais: Wise e Revolut são opções com taxas mais baixas que bancos
- Contas de luz e água: o uso frequente de ar-condicionado pode gerar até R$100 extras mensais
Evitar seguro pode parecer uma economia, mas um atendimento médico pode custar centenas de dólares. Não arrisque.
Adaptar-se é mais importante do que economizar
Mesmo com pouco dinheiro, o sucesso da experiência depende da sua capacidade de adaptação cultural:
- Idioma: use aplicativos de tradução; o inglês não é comum fora das áreas turísticas
- Respeito à cultura local: vestimenta adequada, comportamentos religiosos e costumes alimentares
- Cuidados com a saúde: evite água da torneira, mantenha-se hidratado e localize farmácias próximas
Estar aberto à diferença é o que transforma uma viagem econômica em uma vivência enriquecedora.
Por que a vida no Sudeste Asiático parece mais rica com menos dinheiro
O verdadeiro valor da região não está apenas no baixo custo, mas na qualidade de vida por real gasto.
Com R$2.000, mal se paga um quarto em uma grande cidade brasileira. Em Da Nang ou Chiang Mai, esse valor cobre moradia, alimentação e transporte por 30 dias.
Como disse um freelancer brasileiro que viveu na Indonésia:
“Ganho menos do que no Brasil, mas vivo com muito mais liberdade e paz.”
Exemplo real: um mês em Da Nang com R$1.800
Uma brasileira de 30 anos compartilhou sua experiência de um mês no Vietnã:
- Hospedagem: estúdio na periferia de Da Nang – R$800
- Alimentação: comida de rua e preparações próprias – R$550
- Transporte: bicicleta emprestada – gratuito
- Outros: chip, lavanderia, cafés – R$450
Total: R$1.800. Seu relato foi direto: “Gastei menos do que em uma semana em São Paulo e vivi o mês mais leve da minha vida.”
Economizar, sim — mas sem abrir mão das experiências
Viajar com orçamento limitado não significa abrir mão do prazer. A proposta não é gastar menos, e sim viver melhor com menos.
Conhecer pessoas, mergulhar na cultura, sair da rotina – é isso que torna um mês no Sudeste Asiático algo transformador, mesmo com um orçamento enxuto.