Chegou a hora de cortar laços? Por que você precisa de critérios claros

Encerrar um relacionamento nunca é uma tarefa fácil, mas mais difícil ainda é manter um vínculo sem critérios definidos. Sem parâmetros objetivos, acabamos sustentando relações desgastantes que minam nossa energia, autoestima e equilíbrio emocional. Como saber quando se afastar? E quais critérios usar para tomar essa decisão com clareza?

Sinais claros de que é hora de se afastar

Existem sinais evidentes de que um relacionamento deixou de ser saudável, mas muitas vezes os ignoramos por medo, hábito ou culpa. Veja alguns indícios comuns:

  • Você se sente esgotado emocionalmente após cada encontro
  • A pessoa constantemente critica, diminui ou ridiculariza você
  • Há uma clara assimetria: você dá mais do que recebe
  • Você mantém a relação apenas por obrigação ou medo da solidão

Em vez de se perguntar “por que terminar essa relação?”, questione: “por que ainda estou nela?”

Por que estabelecer critérios para os relacionamentos é fundamental

Muitas pessoas seguem nas relações com base na emoção, na conveniência ou por pressão social. No entanto, a falta de critérios claros pode gerar frustração, ressentimento e danos emocionais duradouros.

Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva (2023), cerca de 61% dos brasileiros mantêm vínculos interpessoais que consideram desgastantes, e 44% afirmam não saber como se afastar dessas relações. Isso mostra a importância de ter parâmetros bem definidos para preservar a saúde mental.

O que nos impede de romper laços prejudiciais?

Nem sempre é o afeto que nos prende, mas sim fatores psicológicos e sociais:

  • Medo do julgamento ou de ser mal visto
  • Culpa por machucar o outro
  • Idealização do passado ou apego a memórias
  • Receio de não conseguir estabelecer novos vínculos

Esses sentimentos são legítimos, mas não devem sobrepor sua paz interior.

7 perguntas essenciais para avaliar suas relações

Se você tem dúvidas sobre continuar ou não um relacionamento, reflita com sinceridade sobre as seguintes questões:

  1. Essa pessoa traz algo positivo para minha vida?
  2. Sinto que sou respeitado e valorizado por ela?
  3. Temos capacidade de resolver conflitos de forma saudável?
  4. Ela respeita meus limites pessoais?
  5. Existe reciprocidade, escuta e empatia?
  6. O que realmente ganho mantendo esse vínculo?
  7. Essa relação contribui para meu crescimento futuro?

Se você respondeu “não” a três ou mais perguntas, talvez seja hora de reavaliar essa relação.

Os riscos de agir sem critérios definidos

Romper impulsivamente ou prolongar indefinidamente uma relação problemática pode gerar consequências significativas:

  • Acúmulo de mágoas não resolvidas
  • Esgotamento emocional que afeta outras áreas da vida
  • Sentimentos persistentes de culpa ou arrependimento

Por isso, agir com base em critérios sólidos é essencial para decisões mais conscientes e saudáveis.

Critérios baseados em valores, não em emoções momentâneas

Dizer “vou me afastar porque ele não me ajudou financeiramente” é uma decisão emocional. Dizer “essa pessoa não respeita meu tempo ou meus limites” é uma escolha baseada em valores. Valores são consistentes; emoções, passageiras.

Definir seus parâmetros com base no que você acredita permite tomar decisões mais firmes e alinhadas com seu bem-estar.

O cansaço emocional nas relações sociais brasileiras

No Brasil, é comum que muitas pessoas mantenham relações superficiais ou forçadas, principalmente em ambientes profissionais e familiares. Em setores como comércio, educação e saúde, o “esforço emocional” – ou seja, esconder sentimentos para manter uma aparência social – é uma realidade cotidiana.

Segundo dados do Ministério da Saúde e da Fiocruz, cerca de 39% dos trabalhadores brasileiros relatam sintomas de exaustão emocional relacionada a interações interpessoais. Fazer uma revisão periódica das suas relações pode ser uma ferramenta eficaz de preservação psicológica.

O que fazer quando não é possível romper (ex: família ou trabalho)?

Algumas relações não podem ser encerradas diretamente, mas é possível reorganizá-las de forma mais saudável:

  • Reduza o vínculo emocional e adote uma postura funcional
  • Controle a frequência e a duração dos contatos
  • Estabeleça limites claros e os comunique com firmeza

Nem toda relação precisa ser encerrada, mas pode (e deve) ser redesenhada.

Lidando com o vazio após o afastamento

Após se distanciar de alguém, é normal sentir um vazio emocional. Mas isso não significa que você errou. Para enfrentar essa fase:

  • Evite buscar novas conexões por carência imediata
  • Use esse tempo para se reconectar consigo mesmo
  • Não romantize o passado – lembre-se do que motivou sua decisão

A psicóloga brasileira Ana Beatriz Barbosa afirma: “Colocar-se em primeiro lugar não é egoísmo, é responsabilidade emocional.” A verdadeira liberdade começa quando você se escolhe.

O que muda quando você estabelece seus próprios critérios

Pessoas que aprendem a aplicar padrões em seus relacionamentos relatam benefícios claros:

  • Tomam decisões mais rapidamente, com menos sofrimento
  • Ganham mais tempo e energia para relações realmente nutritivas
  • Fortalecem a autoestima e a clareza emocional

Relações devem ser fruto de escolha, não de obrigação ou medo. Invista seu tempo onde há respeito, reciprocidade e crescimento.

A pergunta essencial que você deve se fazer

Não existe uma fórmula mágica para lidar com pessoas. Mas há uma pergunta definitiva: quem te fortalece, quem te desgasta e quem realmente merece estar no seu futuro?

Quando você responde com honestidade, deixa de reagir por impulso e passa a construir vínculos com intenção e consciência.

Este conteúdo é apenas informativo. Em situações de sofrimento emocional intenso, procure ajuda de um profissional da psicologia credenciado pelo CFP.