Antes de pegar um empréstimo: você realmente precisa se endividar agora?
Quando Lucas, de 22 anos, conseguiu seu primeiro emprego com carteira assinada em Belo Horizonte, se deparou com diversos custos inesperados: caução do aluguel, mobília básica, plano de saúde e transporte. Assim como muitos jovens no início da vida adulta, cogitou solicitar um empréstimo antes mesmo de receber o primeiro salário.
Um empréstimo pode ser útil quando usado com planejamento. Porém, assumir dívidas sem entender as condições ou sem garantir capacidade de pagamento pode causar sérios prejuízos futuros. A seguir, reunimos 11 dicas fundamentais para te ajudar a tomar uma decisão consciente e segura.
1. Seu histórico de crédito define taxa de juros e aprovação
No Brasil, empresas como Serasa e Boa Vista mantêm registros do comportamento financeiro dos consumidores. Se você nunca teve cartão de crédito, financiamento ou crediário, seu score é baixo ou inexistente, o que dificulta a aprovação ou eleva a taxa de juros.
Você pode consultar gratuitamente seu score em plataformas como Serasa, SPC Brasil e Boa Vista. Quanto mais alto o score (acima de 700), maior a chance de conseguir crédito com juros menores.
2. Comece com um crédito pequeno e de fácil controle
Diversos bancos e fintechs (como Nubank, Inter, Banco PAN) oferecem empréstimos pessoais a partir de R$ 500 com contratação 100% online. Para quem está começando, é uma forma segura de criar histórico de crédito e ganhar a confiança do mercado.
Contudo, é essencial pagar todas as parcelas em dia. Mesmo pequenos valores, quando não pagos, podem manchar seu nome por anos.
3. Conheça programas de apoio para jovens
O governo brasileiro e instituições como Sebrae, BNDES e Caixa oferecem linhas de crédito para jovens empreendedores ou estudantes. Destaque para:
- FIES: financiamento estudantil com pagamento após a formação
- Juro Zero Empreendedor (alguns estados): microcrédito com taxas subsidiadas
- Pronampe Jovem: apoio a pequenos negócios com taxas menores
Verifique no site do seu estado ou prefeitura os programas ativos, especialmente se for MEI ou universitário.
4. Entenda os tipos de crédito disponíveis
Há diferentes modalidades de crédito, e cada uma tem características específicas:
- Crédito pessoal: livre uso, taxas entre 2% e 10% ao mês
- Crédito consignado: parcelas descontadas direto do salário, taxas mais baixas
- Cartão de crédito: rotativo com juros altíssimos (até 15% ao mês)
- Financiamento estudantil: específico para cursos de graduação ou pós
Escolher o tipo certo faz toda a diferença no valor final e na sua tranquilidade financeira.
5. Cuidado com taxas por pagamento antecipado
Apesar de muitas instituições permitirem a quitação antecipada sem custo, alguns contratos ainda preveem multa ou perda de descontos. Verifique no CET (Custo Efetivo Total) essas condições.
Se você pretende pagar antes do prazo, negocie essa possibilidade já na contratação.
6. Atrasos mancham seu nome e dificultam futuras aprovações
Em caso de inadimplência, seu nome pode ser incluído no SPC/Serasa após 30 dias. Isso reduz seu score e dificulta acesso a crédito, aluguel de imóvel ou até assinatura de serviços.
Utilize aplicativos bancários com alertas, e opte por débito automático. Pontualidade é o principal fator para manter sua credibilidade financeira.
7. Nunca comprometa mais que 30% da sua renda
Bancos e financeiras recomendam que a soma das parcelas de todos os seus créditos não ultrapasse 30% da sua renda líquida. Se você ganha R$ 2.500, não deve ter mais de R$ 750 comprometidos com empréstimos.
Exceder esse limite é sinal de risco e aumenta as chances de inadimplência.
8. Consulte órgãos de orientação antes de fechar negócio
A Procon e o Banco Central oferecem informações gratuitas sobre os direitos dos consumidores e alertam contra práticas abusivas. A plataforma Meu Bolso em Dia, da Febraban, também é uma excelente fonte de educação financeira.
Evite cair em armadilhas de empréstimos “fáceis”, especialmente em redes sociais ou via WhatsApp.
9. O uso do cartão também afeta sua reputação
Usar todo o limite do cartão, parcelar compras em excesso ou pagar apenas o mínimo impacta negativamente seu score.
Mantenha a fatura abaixo de 30% do limite disponível e sempre pague o total. Isso mostra controle e responsabilidade.
10. Ser aprovado não significa que você deve usar todo o valor
Se um banco aprova R$ 10.000, avalie com cuidado: você realmente precisa de tudo isso? Quanto maior o valor utilizado, maior o risco e os juros pagos.
Solicite apenas o que é necessário e mantenha parte do limite intacto — isso inclusive melhora sua pontuação.
11. Evite dívidas se sua renda for instável
Trabalhadores autônomos, freelancers e pessoas em contrato temporário devem redobrar a cautela. Sem uma entrada regular, qualquer imprevisto pode gerar inadimplência.
Considere outras formas de financiamento: venda de algum bem, ajuda familiar ou poupança programada. O crédito deve ser a última opção — e sempre planejada.
Aviso legal
Este conteúdo tem caráter exclusivamente informativo e não substitui aconselhamento financeiro, jurídico ou tributário profissional. Antes de contratar qualquer produto financeiro, consulte uma instituição oficial ou um especialista certificado.