Wi-Fi grátis pode sair caro: entenda os riscos antes de se conectar
Hoje em dia é comum encontrar Wi-Fi gratuito em shoppings, aeroportos, cafeterias, bibliotecas e até mesmo em praças públicas. No entanto, por trás da comodidade se esconde um perigo: roubo de dados pessoais e exposição à ciberameaças. Redes abertas e sem criptografia adequada permitem que criminosos virtuais utilizem técnicas como sniffing de pacotes para interceptar informações sensíveis como senhas, dados bancários e mensagens privadas.
De acordo com o relatório anual do CERT.br (Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil), o uso indevido de redes públicas está entre as causas mais comuns de vazamento de dados no país. Felizmente, com atitudes simples, é possível minimizar os riscos e navegar com segurança mesmo fora de casa.
1. Prefira redes com criptografia WPA2 ou WPA3
Evite se conectar a redes abertas que não exigem senha. Essas redes não oferecem nenhum tipo de proteção aos seus dados. Dê preferência a conexões que utilizem WPA2 ou WPA3, padrões modernos de segurança que garantem criptografia de ponta a ponta. A informação sobre o tipo de segurança geralmente pode ser vista nas configurações do Wi-Fi do seu dispositivo.
2. Cuidado com redes falsas com nomes similares (SSID)
Cibercriminosos podem criar pontos de acesso com nomes parecidos aos de redes legítimas, como “WiFi_GRAÇAS” ao invés de “WiFi_GRAÇA”. Essa tática, chamada de spoofing de SSID, tem como objetivo enganar os usuários para que se conectem à rede maliciosa. Confirme sempre o nome exato do Wi-Fi com funcionários do local antes de se conectar.
3. Utilize uma VPN para proteger seus dados
Uma VPN (rede privada virtual) cria um túnel criptografado entre seu dispositivo e a internet, impedindo que terceiros espionem sua navegação. No Brasil, serviços como NordVPN, Surfshark, ExpressVPN e AtlasVPN são bastante utilizados. Os planos custam entre R$15 e R$40 por mês, dependendo do período contratado e recursos incluídos.
4. Evite acessar dados sensíveis em redes públicas
Não realize transações bancárias, compras com cartão ou acessos a e-mails corporativos usando Wi-Fi público. Mesmo que o site utilize HTTPS, ainda existe o risco de sequestro de sessão (session hijacking). Para atividades sensíveis, prefira usar a internet móvel ou compartilhar a conexão do seu celular.
5. Desative a conexão automática a redes públicas
Muitos dispositivos conectam-se automaticamente a redes Wi-Fi já conhecidas. Isso pode representar um risco caso um criminoso crie uma rede falsa com o mesmo nome. Acesse as configurações do seu celular ou notebook e desative a função de conexão automática. Sempre escolha a rede manualmente.
6. Ative a autenticação em dois fatores (2FA)
Com a autenticação em dois fatores, mesmo que suas credenciais sejam roubadas, o acesso ao serviço ainda dependerá de um código adicional. Plataformas como Google, Apple, bancos digitais e redes sociais oferecem 2FA via SMS ou apps como Google Authenticator ou Authy, que são mais seguros por não dependerem da linha telefônica.
7. Mantenha o sistema e o antivírus atualizados
Sistemas operacionais e softwares desatualizados são alvos fáceis para ataques. Mantenha o Windows, Android, iOS ou macOS sempre com as atualizações de segurança mais recentes. No Brasil, antivírus como Avast, Bitdefender, Kaspersky e ESET estão entre os mais confiáveis.
8. Configure seu navegador para priorizar conexões HTTPS
Ative no seu navegador o modo “HTTPS somente” ou “HTTPS por padrão”, disponível no Google Chrome, Firefox e Brave. Isso garante que suas conexões sejam criptografadas e evita o acesso a sites inseguros ou forjados.
9. Desative o compartilhamento de arquivos e impressoras
No Windows, vá ao “Painel de Controle > Rede e Internet > Central de Rede e Compartilhamento” e desative o compartilhamento público. No macOS, acesse “Preferências do Sistema > Compartilhamento” e desative tudo o que não estiver em uso. Isso impede que outros dispositivos na mesma rede acessem seus arquivos.
10. Limpe cache, cookies e histórico após o uso
Depois de usar um Wi-Fi público, especialmente em computadores compartilhados, apague o histórico, cache e cookies do navegador. Isso evita o rastreamento das suas atividades e o acesso indevido às suas contas, caso você esqueça de fazer logout.
11. Sempre que possível, utilize seu plano de dados ou roteador portátil
Para tarefas mais delicadas como acesso a sistemas corporativos ou bancos, o uso da internet móvel é muito mais seguro. Operadoras como Vivo, Claro, TIM e Oi oferecem planos com franquias de dados suficientes para a maioria dos usuários. Alguns permitem adicionar pacotes de tethering a partir de R$10/mês.
Se você trabalha em home office móvel ou viaja com frequência, considere um roteador 4G/5G portátil (como Huawei E5577 ou TP-Link M7350), que garante maior controle e segurança sobre a conexão.
Considerações finais: conveniência sem segurança pode custar caro
O Wi-Fi público é uma ferramenta útil, mas também um canal de entrada para ataques cibernéticos. Adotar hábitos seguros é essencial para proteger sua identidade digital e seus dados. As 11 dicas apresentadas aqui são simples, práticas e podem ser aplicadas por qualquer pessoa, mesmo sem conhecimento técnico.
Da próxima vez que for se conectar a uma rede gratuita, lembre-se: você não está sozinho na rede — mas pode ser o único que está realmente protegido.